¬¬ Ninguém merece...

Pois é minha gente!

Para quem pensou – assim como eu – que o meu “belo dia” de merda, tinha terminado com o ponto final do meu texto anterior, ENGANOU-SE!!!!

Querem saber o resto? Então lá vai:

Com um mau-humor quase “fétido”, saí do LDMI com a minha cara de “pobre mocinha vítima da opressão social”. Enfim, com aquela cara de “você precisa ter pena de mim” ...

Ouvindo o som que o meu “radinho” de pilha me permitia ouvir – digo isso, porque a cada passo que dou, o rádio muda de estação -, encostei-me na parada de ônibus e, enquanto eu pensava na minha manhã de bosta, senti que alguém tocava meu braço e para minha surpresa, a criatura era justamente quem eu jamais imaginava encontrar ali: A ABENÇOADA PROFESSORA QUE MARCOU A REUNIÃO COMIGO ÀS 10H E NÃO APARECEU!!! E sabe por quê ela não apareceu? Porque ela não se lembrava que tinha um outro compromisso, marcado no mesmo horário. Disse que até lembrou que tinha de ligar para mim, mas ao pisar no “sagrado” solo da UFPB, ela esqueceu desta pobre mortal e foi logo desligando o celular, pois não podia deixá-lo ligado durante o outro compromisso.

_ Me desculpe Roberta!

_ Tudo bem! (isso lembra alguma coisa?)

E em meio a um sorriso, ela faz a pergunta bombástica:

_ Você estava até agora, esperando por mim?

E eu, me sentindo transfigurar, quase me tornando uma “cara de bunda”, respondi:

_ Sim! Mas... não tem nada não!

Que boa ação a minha, heim? Livrei a professora de um terrível peso na consciência...

E eu pergunto: ONDE ESTAVA AQUELA MINHA MALDITA REVOLTA? ONDE EU ESCONDI A LANÇA QUE ESCULPI NO PAU-DA-BARRACA E QUE EU PRETENDIA CRAVEJAR NO PEITO DOS PIVÔS DA MINHA IRA???????
( Parada abrupta)

(Suspiro)

Ninguém merece...

Finalmente pego o ônibus! Que milagre! Eu nem esperei mais que 20 minutos?!

Dentro do ônibus, não encontro nenhuma cadeira vaga e fico parada ao lado de uma tonta que fica me encarando como se eu fosse uma anomalia. Coitada! Uma horrorosa tentando se sentir melhor com a própria aparência, provavelmente achando que sou anoréxica, né? Lancei-lhe meu olhar preferido, aquele de profundo desprezo - e que usamos para mostrar aos cães, quem é o verdadeiro mestre -, como que lhe dizendo: “Tá olhando o quê? Ser insignificante! Recolha-se a sua pequenez!!!”. Depois que ela desviou o olhar – era justamente o que eu queria – dirigi meu olhar para outra direção. E não pude deixar de reparar numa senhora muito velhinha sentada à frente da macaca que me olhou no primeiro momento.

Admirar esta velhinha me fez esquecer, por alguns minutos, a minha ira. O que mais me chamava a atenção era o fato dela ser tão “engilhadinha”. Gente! Eu nunca tinha visto uma senhora tão marcada pelo tempo. Os braços dela pareciam casca de maracujá. NÃO DÊEM RISADA!!! ISSO É SÉRIO!!!.

Pode até parecer bizarra essa minha descrição, mas na verdade, olhar para esta senhora, de aparência tão frágil, com sua pele tão amassadinha, com seu queixo batendo como se ela não tivesse mais nenhum dente, me comoveu. Não pude deixar de sentir as lágrimas virem aos meus olhos. Segurei o choro – claro! Eu ia perder a moral na frente da macaca se eu chorasse de repente, né?

“Que velhinha tão... tão... tão velhinha!”, não parava de soar na minha cabeça. E o pior que olhar para ela não me dava medo de amanhã eu também me tornar um maracujazinho de óculos. No fundo, no fundo eu estava achando aquela velhinha, um espetáculo belíssimo!!!

Bom! Para resumir, cheguei em casa! Tudo em paz! Mas em compensação, a hora passou de repente! Fui pra Asper! Beleza! A minha tarde e noite, correram tranqüilas! Que bom! Só estava com muito sono. Mas “tudo bem”!

Porém, o que realmente me fez rir no final deste dia tão “lindo”, foi um animal!

Quando eu tava voltando da Asper, ao chegar na esquina da minha rua, havia um gatinho que miava muito, como se gritasse ao mundo que alguém cuidasse dele! Ehehe

Ao me ver, ele veio correndo em minha direção, e claro eu desviei. Não curto esse negócio de gato e blá blá blá. Só que o bixano não se encabulou e me seguiu. Por duas vezes o danado quase me derrubou, pois estava tão perto de mim, que passava entre meus pés enquanto eu caminhava, até que ele “se tocou” e parou de me driblar, se colocando apenas atrás de mim. Não pude deixar de rir com aquela situação. “Ninguém merece”, eu pensava.

Quando estávamos chegando próximos a minha casa, ouvi que um dos cachorros da rua estava latindo muito. Parei e olhei para trás, pensando: “Eita! O gatinho parou na frente do portão de fulana e o cachorro dela não gostou”. Mas não vi o gatinho lá. Quando olhei para o chão, o danadinho estava bem sentado ao meu lado, também olhando para trás. “Ninguém merece”, eu disse entre gargalhadas e voltando a caminhar!

Chegando em casa (lógico, eu sou educada), agradeci a companhia, né?

_Muito obrigada gatinho, por me trazer em casa. Boa noite e cuidado aí! Não! Vai entrar comigo não! Fiiiiiiiiiiiiiica aí!!! – e o empurrei para o lado. Entrei e fechei o portão. O gato começou a miar bem alto, querendo entrar de todo jeito. Minha mãe perguntou o que era aquilo e eu contei o acontecido. Ela dando risada, comentou:

_Ainda bem que tu tem teus amigos que vêm te deixar na porta de casa!

Sinceramente?

Ninguém merece...

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