Mar revolto
Pois é meu Capitão! O mar não tá pra peixe não!!!Cadê seu pulso forte pra segurar o leme??? Nem você sabe, né? Estava muito acostumado em ter um marujo “multiuso” e acabou se deixando levar pelas ondas tranqüilas de um mar de bons resultados...
Sua tripulação, formada por valentes marinheiros, enfrentava sozinha as maiores tempestades enquanto você só reclamava do balançar!
E no meio destes valorosos seres, havia um marujo que entrou de gaiato no navio e acabou tornando-se bússola! Logo ele, que nem imaginava ser tão importante. Ele que começou descascando batata e nem sonhava que no futuro também teria que descascar abacaxis!!!
O pobre marujo passou por todas as tarefas do navio: lavou convés; levantou velas; limpou o casco; atirou; remou; soltou a âncora e a puxou; gritou o famoso “Terra à vista”; segurou o leme e manteve o rumo até onde pôde. Mais um pouco, e ele teria se tornado parte do navio...
E por se sair bem em todas as tarefas, você não se preocupou mais com o “Pérola” como se preocupava antes. Afinal, ele estava em boas mãos agora, né Capitão? Havia um marujo que era pau-pra-toda-obra!!!
Mas aconteceu que as águas do mar da vida tornaram o rumo do navio muito difícil. Um redemoinho surgiu, como que feito pelas mãos do próprio Netuno.
Eitaaaaaaaaaaaa!!! E o Capitão achou que foi falta de atenção da tripulação, heim? Como andava muito tranqüilo fechado em seu camarote, você nem fazia idéia das tormentas que a embarcação já tinha passado e ainda passava.
Revoltada, a tripulação resolveu fazer um motim. LÓGICO! TODA HISTÓRIA MARÍTIMA QUE SE PREZE, DEVE TER UM MOTIM!!! E aqui não será diferente... ¬¬
_ Abandonar o navio!!! – alguém gritou! E aos poucos, parte dos marinheiros foram se jogando fora do navio. Um por um.
O pobre marujo se viu quase sozinho! Ainda teve o apoio dos colegas que permaneceram no “Pérola”, mas também ajudou o restante a pular fora. Ele entendia o motivo de cada companheiro e os queria ver livres e felizes, e sabia que a felicidade deles já não era mais naquele mar de emoções, e sim em terra firme.
Como já estava acostumado, ele começou a fazer as tarefas dos outros pra tentar manter o navio no rumo certo e não vê-lo destruído em meio à tempestade.
O marujo até conseguiu, a muito custo, manter o “Pérola” inteiro, apesar de algumas velas caídas. Mas o pobrezinho estava se sentindo muito mal e comunicou ao Capitão que desembarcaria no próximo porto. Você, Capitão, aceitou, embora soubesse que o marujo faria falta. Mas tudo bem! Você tinha novos marinheiros a caminho.
O navio seguiu sua viagem, porém, depois da tempestade, este nunca mais voltou ao seu rumo certo. Mas chegou o tempo do marujo partir, pois a embarcação acabara de atracar em um porto.
E o marujo descobriu durante sua despedida que era muito importante. Sentiu-se feliz em ter sido tão útil, mas ao mesmo tempo, desembarcou com a sensação de ter abandonado os companheiros. Pobre marujo... deve ter sido o balanço do mar que o deixou tonto!!
No mesmo porto, ele conheceu os novos tripulantes e acreditou que o navio estaria em boas mãos sim! E o marujo se foi...
Mas para sua surpresa, recebeu um comunicado, de que o “Pérola” estava voltando, pois o Capitão precisava muito da ajuda dele. A nova tripulação não estava conseguindo guiar o navio, e você, Capitão, não estava gostando da idéia de ter que voltar a segurar o leme e dar as coordenadas de tudo novamente, né? Vai ver você já mal se lembrava de como se fazia isso.
E o marujo embarcou novamente e recebeu o título provisório de Capitão, até o navio voltar a navegar sobre águas tranqüilas...
Pobre marujo que pensou ter ido, e não foi...
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