O que diz meu olhar?
"Às vezes eu não te conheço…"
Alguém me disse isso ontem à noite, ao comentar que eu sou um mistério. No momento em que ouvi tal coisa, ri. Afinal, me pareceu bem atrativo. Mas depois, lembrei-me que mais duas outras pessoas já haviam me dito a mesma coisa. Uma delas repetia esta frase constantemente, como se isso fosse um grande incômodo. "Você é muito misteriosa! Na verdade, você é uma incógnita!", ele me falava como se essa minha "característica" lhe doesse.
Ontem foi diferente. Resolvi refletir sobre essa minha forma de ser. Até que ponto agir com mistério é bom ou mau? Não sei… e o pior, é que não é de propósito.
_ Os olhos dela têm um brilho diferente! Sempre achei isso… - ouvi de um colega de faculdade há alguns anos. Ele comentava com outro colega meu. E me vi sendo observada atentamente pelos dois. Sem graça, sorri e saí.
_ Você me diz que está bem, mas por trás deste seu sorriso enigmático, aposto como há alguém que não está nada nada bem. – ouvi daquele que não cansava de se condoer com meus mistérios, e depois disso, deixei de sorrir para ele quando a alegria de fato não estava presente.
_ Sou escorpiana, meu querido! Mistério é uma das minhas características. – eu disse com um sorrisinho malicioso, a um amigo que dizia saber pouco sobre mim.
Mas nenhuma destas frases mexeu tanto comigo, quanto a que usei para iniciar esse post. Porque a ouvi de alguém extremamente sincero e dessa vez, me doeu. Não! Ele não foi rude! Foi delicado, como sempre é comigo. Sei que ele tem carinho por mim. Apenas desejava me entender. Mas não posso ajudá-lo, pois nem eu me entendo, na maioria das vezes.
Segundo este amigo, quando eu digo algo, ele não encontra concordância em meus olhos. "SOU FALSA???" – perguntei assustada. "Não! Não é! Apenas não consigo entender o que você está dizendo. Fico confuso. Um exemplo: eu não sei quando você está com raiva de algo, porque você maqueia o que sente. Você é uma grande interrogação!!!"
Calei-me. Não tinha mais o que dizer. Porém, passado alguns minutos, tomei coragem e questionei: "Se você não encontra verdade em meus olhos, obviamente, que você não confia em mim, não é?"

Agora, foi ele quem se calou. Mas não se demorou. Em seguida justificou-se: "Eu não disse que não encontrava verdade em seus olhos, apenas não sei o que eles dizem…"
_ Tudo bem! Eu vou refletir sobre isso! – e num sorriso cansado, dei por encerrado o assunto.
*Imagem retirada de:
www.falling_again.blogger.com.br/olhar.jpg
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