"SE" - uma lembrança...
Veio à minha mente agora, uma lembrança de minha primeira graduação.
Em um dos últimos períodos, paguei uma disciplina chamada Comunicação Oral, ministrada pelo professor Marcos Nicolau.
As avaliações consistiam em apresentações individuais. A primeira era a recitação de um poema. A segunda, contaríamos uma história e na última avaliação deveríamos defender nosso ponto de vista sobre o tema “livre-arbítrio”.
Na primeira avaliação, poderíamos escolher o poema que quiséssemos, mas o professor lançou um desafio: recitar o poema Se de Ruyard Kipling. Segundo o professor, este poema era bem difícil, e por isso, quem aceitasse o desafio, já merecia dez só pela coragem, mas que ainda assim, o “corajoso” ou “corajosa” deveria se esforçar para fazer uma boa apresentação.
Acontece que apenas duas pessoas encararam o desafio: eu e outro rapaz, que por sinal, era super amigo meu, até o dia em que eu o fiz chorar jogando-lhe na cara umas “verdades” e deixamos de nos falar...
Não lembro direito o que fez a turma não aceitar o desafio. Acho que o tamanho do texto e algumas palavras que, sem muito treino, nos faziam tropeçar e perder o ritmo da recitação. Se bem, que a pontuação nesse texto é uma coisa, viu? Muito complicado mesmo interpretá-lo. Mas eu e meu ex-amigo encaramos. Talvez por pura rivalidade, mas fomos em frente. Claro, que nossas apresentações não foram brilhantes, mas recebemos o dez, pela determinação e esforço.
Eu ensaiei muito! Muito mesmo! E tive bastante dificuldade em decorá-lo, mas nunca desisti. Lembro de uma manhã em que eu o recitava enquanto lavava roupa...
Não sou boa em recitar poesia! A meu ver, poesia não deve ser lida de qualquer jeito, senão perde-se a beleza e a mensagem que o poeta deseja passar. Segundo o meu professor, a forma como eu recitei, deu ao texto um ar maternal...
De qualquer forma, foi uma experiência maravilhosa! Acho que foi o primeiro desafio que eu topei! E realmente, este texto é muito bonito. Por isso, compartilho-o com vocês...
Espero que gostem! ^^
Em um dos últimos períodos, paguei uma disciplina chamada Comunicação Oral, ministrada pelo professor Marcos Nicolau.
As avaliações consistiam em apresentações individuais. A primeira era a recitação de um poema. A segunda, contaríamos uma história e na última avaliação deveríamos defender nosso ponto de vista sobre o tema “livre-arbítrio”.
Na primeira avaliação, poderíamos escolher o poema que quiséssemos, mas o professor lançou um desafio: recitar o poema Se de Ruyard Kipling. Segundo o professor, este poema era bem difícil, e por isso, quem aceitasse o desafio, já merecia dez só pela coragem, mas que ainda assim, o “corajoso” ou “corajosa” deveria se esforçar para fazer uma boa apresentação.
Acontece que apenas duas pessoas encararam o desafio: eu e outro rapaz, que por sinal, era super amigo meu, até o dia em que eu o fiz chorar jogando-lhe na cara umas “verdades” e deixamos de nos falar...
Não lembro direito o que fez a turma não aceitar o desafio. Acho que o tamanho do texto e algumas palavras que, sem muito treino, nos faziam tropeçar e perder o ritmo da recitação. Se bem, que a pontuação nesse texto é uma coisa, viu? Muito complicado mesmo interpretá-lo. Mas eu e meu ex-amigo encaramos. Talvez por pura rivalidade, mas fomos em frente. Claro, que nossas apresentações não foram brilhantes, mas recebemos o dez, pela determinação e esforço.
Eu ensaiei muito! Muito mesmo! E tive bastante dificuldade em decorá-lo, mas nunca desisti. Lembro de uma manhã em que eu o recitava enquanto lavava roupa...
Não sou boa em recitar poesia! A meu ver, poesia não deve ser lida de qualquer jeito, senão perde-se a beleza e a mensagem que o poeta deseja passar. Segundo o meu professor, a forma como eu recitei, deu ao texto um ar maternal...
De qualquer forma, foi uma experiência maravilhosa! Acho que foi o primeiro desafio que eu topei! E realmente, este texto é muito bonito. Por isso, compartilho-o com vocês...
Espero que gostem! ^^
SE
Ruyard Kipling
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
Ruyard Kipling
Se és capaz de manter tua calma, quando,
todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses no entanto achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso,
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,
tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.
E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!
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