Efeito Vanusa

Quem diria que aquela situação vexatória protagonizada pela cantora Vanusa, em março deste ano ao cantar – errado – o Hino Nacional levasse, meses depois, a criação de uma nova lei federal.

Sim! Agora todas as escolas públicas e particulares do primeiro ao nono ano do ensino fundamental, são obrigadas a tocar o Hino Nacional ao menos uma vez por semana.

Sabemos que para as novas gerações, isto é uma grande novidade. Ou, corrigindo! Será um verdadeiro saco! Enfim, para os nossos jovens – pelo menos a maioria – certas práticas que contribuem para a formação de um cidadão de bem são extremamente chatas, sem noção e completamente inúteis.

Antigamente, quase todos os colégios obrigavam seus alunos a cantarem o Hino Nacional minutos antes do início das aulas. Acredito que esta obrigação diária ficava a critério da direção de cada escola. Hoje, não há como negar, tal exercício é raridade.

Chamou-me atenção no Jornal Hoje, o depoimento de uma diretora que relembrava seus tempos de estudante, dizendo que cantava o Hino Nacional com a mão direita no peito, no coração e olhando para a bandeira, deixando claro que o tal gesto era mais que o simples respeito à flâmula e sim, uma real demonstração de amor à pátria.

Eu, ainda que não tão antigamente assim, também estudei em uma escola pública na qual era um ritual sagrado, os alunos se reunirem no pátio, todas as manhãs, em filas organizadas com os menores na frente e os mais altos atrás, para todos juntos ecoarem o amor à pátria. Não nego que isso foi muito importante para mim, pois foi nesta prática diária que aprendi a valorizar estes versos tão perfeitamente metrificados e lindamente arranjados. Logo me interessei pelo Hino da Bandeira e o da Independência também. E quando os aprendi, não me cansava de cantá-los para o meu irmão caçula, na época com um ano e pouco de idade, cada vez que ia colocá-lo para dormir.

Hoje, não consigo ouvir o Hino Nacional sem me emocionar. Sempre digo que o nosso hino é o mais bonito do mundo! Pelo menos para mim, sempre será!

Confesso que não consigo mais cantar nenhum dos hinos inteiros sozinha, contudo estou feliz que, mesmo por obrigação, nossa juventude vai aprender os versos que identificam nossa pátria.

Comecei o texto me referindo a Vanusa como se sua gafe tivesse sido o real motivo para a criação desta lei. Porém, embora na matéria que vi sobre o assunto não tenham feito nenhuma referência a isso, deixo claro que eu estou deduzindo que o “caso Vanusa” pode até não ser o único motivo da lei, mas que contribuiu de alguma forma, ah contribui! Afinal, não há um mal que não traga um bem...

*Imagem retirada de:
http://www.triplicefronteira.jor.br/wp-content/uploads/2009/02/hino.jpg

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O que a gente tem de ser...

De volta ao antigo lar

Dívida bem paga!