Novo ano, novo ser

De cama, com uma terrível dor de cabeça, ânsia de vômito e pouca febre. Assim passei a virada de ano.

E nem me surpreendo com isso, uma vez que 2010, para mim, só teve de dez os seus últimos números mesmo. Logo, já era de esperar que o referido ano se despedisse de mim, derrubando-me em suas derradeiras horas... ¬¬ ok! A dor de cabeça persiste até hoje, agora atingindo o outro lado do crânio e nem tomei nada, visto que ontem, num intervalo de pouco mais de duas horas, ingeri quase 80 gotas de remédio e a dor não cedeu de forma alguma.

Mas... ACABOU! Finalmente 2010 se foi, apesar de deixar seu gosto amargo na minha vida, marcando-me com seus inúmeros dissabores... É! Nada é perfeito! Nem mesmo a liberdade...

Minha mãe sempre me falava para não reclamar tanto do ano que se foi e dizer que este foi o pior da minha vida, afinal, eu obtive muitas coisas, que pior seria se alguma doença tivesse me atingido. Porém, 2010 me deixou emocionalmente doente e até agora não consegui me curar.

O QUE OBTIVE? Por mais que eu tente, não consigo apontar muitas coisas, ainda mais que a maioria eu só cheguei perto de alcançar. Sequer as toquei. Meus esforços foram em vão, pois meus desejos não se concretizaram.

Vitórias surgem nas minhas lembranças. Vitórias com sabor de derrota... vitórias cujos troféus não quero erguer nem mostrar a ninguém, já que venci porque eu tinha que vencer e não porque eu merecesse ter vencido, como disseram-me no final. Tudo bem! De todo modo, venci ao cumprir o meu papel de “vencedora”. Agora quem quiser “sentar” no troféu, sinta-se a vontade! ¬¬

Em 2010 percebi o quanto eu nunca realmente me dei valor. Eu só pensava que me amava! Não passo de uma fachada. Uma boa atriz que consegue fazer todo mundo acreditar que sou muito, muito feliz. Contudo, tive a plena certeza que não sou...

Às vésperas de meus 30 anos, uma avalanche de reflexões e descobertas quase me soterrou. Nesse momento, de total desânimo, tive certeza absoluta de que só fiz escolhas erradas...

Obviamente, ouvi vozes amigas que me disseram palavras pra lá de necessárias para o meu “levantar e continuar da caminhada”. Todavia, alguns outros que ouviram minhas lamúrias, diziam que eu não deveria me sentir tão pra baixo, pois, segundo estes interlocutores, muitas pessoas gostariam de estar no meu lugar. No entanto, eu sentia ter ocupado o lugar errado. Parece loucura e/ou ingratidão... não é! É apenas uma terrível certeza obtida tarde demais para voltar atrás.

RECOMEÇAR? É! Talvez seja a decisão mais sensata a se tomar. Por isso, decidi mudar, mesmo sabendo que há quem duvide que eu seja capaz. Certo! Cada um é livre para achar o que quiser dos outros. Mas não serei eu a fazer jus ao que quer que pensem a meu respeito! ¬¬

É claro que essa mudança não será da noite para o dia. Isso é um processo que inicio hoje, a partir de outra triste descoberta: sou EX-TRE-MA-MEN-TE IMATURA! Desse modo, resolvi me isolar, afastar-me, ao menos um pouco, das pessoas que me cercam. TODAS ELAS!!! Quero me encontrar sem deixar-me influenciar pelas ideias e imagens que os outros têm de mim.

Algo me diz que minha felicidade vai se concretizar quando eu realmente amadurecer. E essa será minha meta não só em 2011, mas em todos os anos que virão. Este há de ser o sentido da minha vida.

Para 2010, tenho a dizer o seguinte: “Valeu por me mostrar o que eu deveria ver e ensinar-me o que eu deveria aprender, através da dor. Todo tipo de dor! Mas... ADEUS! JÁ VAI TARDE!!!”

E para 2011, declaro: “Sejas tu, o primeiro degrau para uma nova Roberta!”